terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ser diferente , ou nada.


Cresci numa cidade pequena a beira mar, em santa catarina.Um lugar de pessoas simpáticas, muitas vezes despojadas, daquelas que entram casa a dentro sem bater. Mesmo criada num lar com cultura metropolitana, ainda convivia com  conceitos ,de uma sociedade com poucas inclusões do "mundo exterior".
Até meados de 2004 onde me lembro,pode-se dizer  que era uma cidade um tanto quanto fechada a novas ideias.
Computador e tecnologia acabariam com o mundo, livros de ficção eram lavagem cerebral,Homossexualidade era doença,e chamavam meu melhor amigo de "viadinho" (pelo menos até ele entrar no ensino médio, e crescer o suficiente para bater)
Acho que isso sempre impediu que me misturasse com facilidade. Eu tinha uma paixão por livro, e em todos eles, a diferença era vista como qualidade. O mocinho era o intelectual. E a liberdade era a energia que movia o mundo.
Ou talvez nunca tenha me socializado bem porque era apaixonada por Harry Potter, e isso , naquela época, me classificava como inferior.
Lembro de um episodio onde espremeram maionese em mim, enquanto lia A Câmara Secreta, e um grupo inteiro começou a rir com a piada tola de que "harry potter vomitou sua blusa" e um coro de "esquisita"
Talvez, a partir desse momento , decidi não ser como eles. Um grupo maciço de pessoas normais, programadas para acharem qualquer diferença uma aberração. Não queria ser como eles. Alguém que precisava rebaixar o próximo, para se sentir bem.
Cresci, e continue essa busca pela diferença. Ainda cultivo ficção de gaveta, amo encontros geek, e adoro um bom rock. Não me deixo levar pela moda, pelo sucesso, ou pelas opiniões. E sinceramente,ser diferente, é uma batalha constante. Não pela necessidade de se destacar, mas para tentar conservar o sua essência do mundo externo que tenta te dominar.
Seja diferente,mesmo que lhe digam o contrario, e acima disso, seja você mesmo.

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